domingo, 25 de abril de 2010

Fusões e dança do ventre


Em entrevista ao Asmahan Blog, a bailarina e professora de dança Nadja el Balady fala sobre o histórico das fusões na dança do ventre. Organizadora do evento Tribes Brasil, em parceria com Jhade Sharif, Nadja ressalta a importância de conhecer profundamente os estilos que serão fusionados para que a dança fique completa.

Asmahan Blog- No contexto mundial, como surgiu a primeira fusão de dança do ventre com outras danças?

Nadja el Balady- Acho que a própria DV nasceu de uma fusão... Da dança Balady com ballet e indiana. Estas foram as referências de Badia Massabni para criar esta dança cênica no momento em que o balady subiu aos palcos e foi imortalizado na tela do cinema, já com figurino fusionado e com referências estéticas apropriadas para a cena.

AB- E no Brasil?

Nadja-
Acho que no Brasil já fazíamos, sem saber, fusão com alguns movimentos de dança brasileira, mas com maior frequência, fusão de dança cigana com DV. Propriamente dita fusão, já começamos com o Tribal Fusion.

AB- Por que as dançarinas começaram a mesclar dança do ventre com outras danças?

Nadja- Porque a dança do ventre aos moldes árabes somente, não nos traduz completamente. Enquanto artistas criadoras, precisamos expressar nossa essência por completo e assim colocar alma em nossa dança. A cultura árabe ensina e fascina, ao mesmo tempo em que aprisiona a criação em seus moldes estéticos. Por isso acho importante aprender com a cultura árabe para depois romper com ela.

AB- Qual o maior desafio para as bailarinas que praticam fusão?

Nadja- Conhecer profundamente os estilos que estão sendo fundidos. Se o conhecimento for superficial em algum dos dois, a fusão não fica bem feita.

AB- Quais as próximas tendências de fusões a serem seguidas?

Nadja-Tantas fusões já foram criadas... e cada um a cria de sua maneira... mas acho que no Brasil temos uma forte tendência à fusão afro e cigana, sem contar com a indiana, que ainda não foi muito explorada. A celta tende a criar curiosidade nas pessoas, já que a cultura celta é tão fascinante e facilmente aplicável ao contexto feminino no qual está inserido a dança do ventre

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